Hoje não é apenas mais um dia, pelo menos para mim não é.
É o dia em que ao fim de 10 meses de uma luta diária perdi 50kg.
Quando me perguntavam se me sentia bem, a resposta era sincera: sim.
O peso, a imagem, e a interpretação alheia nunca em nenhum momento me afectaram. Só isso justifica que alguém como eu, que sabe o que quer e principalmente o que não quer, tenha chegado a uma obesidade de grau III, 130 kg.
A obesidade é uma doença, com variadíssimas origens e justificações, é uma compulsão e está na hora que a sociedade a reconheça e a compreenda como tal.

Ninguém chega a este ponto porque quer, chega porque adora comer, porque é o seu maior vicio e como tal chega porque deixa de ter força para voltar atrás. Perder 40, 50, 60, 70 kg não é fácil, seja de que forma for.
Mas para mim houve um momento chave de mudança, há sempre um, para mim a certeza que como estava não ia ver as minhas filhas crescer. Eu quero um futuro com elas, não é necessário ser doutorada na matéria para perceber que tinha de mudar.
Era necessário tomar decisões, e nenhuma delas é fácil, rápida ou não implica mudança radical de hábitos, de vida.
Nunca menosprezem o esforço de alguém que tem a coragem de mudar a sua vida.


Decidir fazer um bypass gástrico foi provavelmente a decisão mais difícil da minha vida.
O medo inerente a mais uma operação (a quinta na minha lista) e a todo processo subsequente à mesma. A necessidade óbvia de uma mudança radical de vida (o bypass não faz milagres se os hábitos alimentares e de inatividade física se mantiverem), o pânico das peles no pós-emagrecimento, o medo de voltar a ganhar peso depois de um processo tão duro.
Mas mais uma vez o medo foi também o principal motor para mudar, esse e o absoluto incentivo dos meus pais, do meu marido e de uma amiga de sempre que esteve lá desde o primeiro momento a incentivar-me e a mostrar-me que eu era capaz. Mas a operação, era apenas um momento, a oportunidade de voltar à “casa de partida”.

Havia e há uma longa caminhada, lenta e desafiadora e é dela que nasce o meu projeto, o projeto borboleta.
Borboleta que me acompanhou toda a vida na Mariposa e agora neste processo de mudança tão transformador. Um projeto meu, para mim, que me recorde as vitórias e as dificuldades, que me inspire e dê novos caminhos e que eventualmente possa ajudar ou esclarecer alguém sobre um processo destes.
Não pretendo ser exemplo, doutrinar ou inspirar, pretendo apenas ajudar-me a manter o foco, e ajudar alguém porque reconheço a importância de informação de quem conheça o processo e te ajude a tomar decisões mais informadas.
Ao fim de 10 meses, ao fim de de 50kg a borboleta começa a sair do casulo…


Começa hoje oficialmente o Projeto Borboleta porque apesar de ainda estar a 15 do objetivo, hoje atinjo uma meta muito importante, perdi 50 kg, perdi o peso que muitos dos que possam ler as minhas palavras, pesam.
E no fim perderei mais do que muitos de vocês alguma vez pesaram.
E é sobre essa luta diária que ainda está no início e que vai durar a vida toda que quero transformar em palavras: do processo, aos planos alimentares iniciais até ao atual, o exercício, ao meu novo foco, viver sem açúcar e ser feliz, às dificuldades que vou passar a partir dos dois anos de operação, e os desafios que terei com as minhas detestadas peles.

Quem vier por bem, seja bem-vindo, este é o meu projeto de vida, este é o meu @projetoborboleta.
Se acharem que pode ajudar alguém, partilhem-no, também é vosso.
Se quiserem partilhar informação, receitas, desafios e as vossas lutas, estarei aqui: geral@projetoborboleta.pt

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